Por que uma empresa familiar precisa rever ou revisitar seu modelo de negócio?

Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Manter-se competitiva no mercado, que muda cada vez mais rápido, é uma luta diária para toda empresa. Tratando-se de negócios familiares, essa luta pode ser ainda mais intensa, visto que em um certo momento da vida da organização ela tende a passar por transição de gerações. Além da necessidade de se adaptar ao que acontece fora, a empresa também convive com novas situações internas.

O desafio é grande. Segundo dados da Pesquisa de Empresas Familiares no Brasil, realizada em 2016 pela empresa de consultoria PwC, apenas 12% dos negócios familiares sobrevivem após a terceira geração assumir o comando.

Essa é uma realidade dura para empresas familiares, e até mesmo para a economia brasileira. Segundo o instituto de educação Family Firm Institute, negócios familiares contribuem com 50% do PIB nacional, formando, o que eles chamam, de espinha dorsal do setor corporativo brasileiro.

Um dos caminhos para ser sempre inovador, garantir a solidez do negócio, e evitar que sua empresa entre para a estatística dos 12%, é estar atento e ter o desprendimento e humildade para revisitar seu modelo de negócio. Precisamos vencer a barreira do “sempre foi assim” e questionar se continuamos relevantes e se entregamos valor fazendo as coisas do mesmo jeito que fazíamos no passado. Será que as pessoas, os consumidores, o mercado, se comportam da mesma forma que se comportavam há dez anos atrás?

Também conhecida como Canvas, essa ferramenta desenvolvida pelo suíço Alex Osterwalder, nos ajuda a organizar, refletir e entender nosso modelo de negócio. De forma simples e eficaz, descreve os principais elementos e fases que compõem um empreendimento, proporcionando uma visão geral que nos permite pensar, questionar e tomar as melhores decisões. Além disso, quando fica claro para todos os envolvidos no processo qual é o modelo de negócio, torna-se mais fácil envolver as pessoas em torno de um objetivo comum, colocando foco, energia e recursos na mesma direção.

É simples, gostoso de fazer e traz muitos insights. Com o apoio de um quadro organizado em blocos, o Modelo de Negócios auxilia os empreendedores a identificarem oportunidades, permite pensar em inovação de forma assertiva e ajuda a definir prioridades.

Segundo o próprio criador da ferramenta, existem nove itens indispensáveis para um Modelo de Negócios. Confira:

  1. A sua proposição de valor: o que você oferece que é único no mercado e que resolve o problema de alguém?
  2. Os segmentos de clientes: quem são nossos clientes?
  3. Suas atividades chave: o que exatamente você realiza para gerar valor para seu cliente? Quais produtos ou serviços você oferece?
  4. Suas parcerias estratégicas: quais parceiros você pode ter ao seu lado para compor melhor essa oferta?
  5. Suas fontes de receita: como você cobra, e quais são os drivers de receita?
  6. Sua estrutura de custos: quais drivers são geradores de custos?
  7. Os recursos principais: qual a infraestrutura, recursos ou serviços de base?
  8. Os canais de comunicação e distribuição: como o produto chega até o cliente? Qual a melhor forma de comunicar e relacionar com seu cliente?
  9. O relacionamento com o cliente: como a empresa e marca se relacionam com os clientes? Qual é o nosso jeito de ser? Que tipo de postura, tom, e atitudes são característicos da nossa empresa e nos ajuda a gerar valor?

O Modelo de Negócios é uma metodologia criativa e que busca o melhoramento continuo das empresas. Permite que as organizações continuem se aprimorando e inovando de geração em geração, mantendo-se sempre competitivas.

A empresa familiar de sucesso tem orgulho e gratidão pelo seu passado, possui história, valores e DNA que carrega desde seus fundadores, mas também tem a coragem e sabedoria para se adaptar ao presente além de se preparar para o futuro.

Para finalizar: não confunda Modelo de Negócios com Plano de Negócios. São coisas bem diferentes. Numa próxima oportunidade a gente conversa sobre isso.