O que é uma estrutura de governança em Empresas Familiares?

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Segundo o IBGC, organização que é referência e se dedica ao estudo do tema, governança corporativa é “o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização, controle e demais partes interessadas. ”

Muitas vezes pode parecer que “governança” é algo complicado, complexo e distante da realidade da maioria das empresas familiares, mas acredite, não é! Cada empresa e cada família tem a sua história e podem estar em momentos distintos, contudo, todas as organizações, principalmente as de controle familiar, precisam entender e implementar os princípios da boa governança para competir hoje e no futuro.

Na prática, governança nos ajuda a combinar as regras do jogo, definir os papéis de cada integrante, criar os fóruns adequados para discussão de cada tema e principalmente alinhar os critérios para tomada de decisão respeitando os desejos da família e a sustentabilidade do negócio.

É fundamental que tudo seja flexível e adaptado a realidade e necessidade de cada empresa. Implementar governança em uma companhia quer dizer – basicamente – que ela deve ser administrada com base nos seguintes princípios:

  1. Transparência: transparência gera confiança e confiança gera valor. Agindo sempre com transparência, – não porque é lei, mas porque desejamos – todos os envolvidos (colaboradores, herdeiros, parceiros…), conseguirão ver e sentir, no dia a dia, que a sua empresa é confiável e possui valores bem estabelecidos.  
  2. Equidade: dispõe das condições justas e igualitárias às quais todos os interessados (stakeholders) devem ser tratados, desde sócios, colaboradores, clientes, fornecedores até credores. Devem ser levados sempre em consideração os direitos, deveres, necessidades e expectativas de cada indivíduo.
  3. Prestação de Contas:   Desinformação gera desconfiança. Disponibilizar as informações de modo claro e compreensível ajuda a colocar todos no mesmo “barco”. Desta forma os envolvidos podem acompanhar, monitorar e também sugerir correções de rota quando necessário.
  4. Responsabilidade Corporativa: Devemos zelar pela viabilidade econômico-financeira da companhia no curto, médio e longo prazos, tendo em vista seu modelo de negócio e diferentes capitais (financeiro, humano, intelectual, social, entre outros), garantindo sua longevidade.

Não existe receita pronta para implementar governança nas empresas e nas famílias, mas existem boas práticas, princípios chaves e exemplos que podem nos inspirar a trilhar nosso caminho.

É preciso ter coragem para decidir começar o processo, pois muitas vezes envolve conversas difíceis e muitas emoções, mas quanto antes a gente começa menos difícil será a jornada, muitos conflitos conseguimos evitar e geramos muito valor para empresa.

Por onde eu começo? Seguem algumas dicas:

  • Converse sobre o tema com todos da família
  • Busque informações sobre o assunto e dívida com todos
  • Convide seus familiares para participar de algum evento ou curso sobre Governança. O IBGC –Instituto Brasileiro de Governança Corporativa é uma excelente opção.
  • Procure conhecer casos de sucesso e de fracasso de algumas empresas familiares que implementaram ou não deram grande importância para Governança. Às vezes a grama do vizinho é mais verde, e quando olhamos para fora enxergamos melhor.
  • Busque um mentor ou conselheiro independente, que já tenha vivido desafios em empresas familiares, que entenda quais são os reais desafios de uma família empresária (muito além de resultado financeiro e indicadores) e que compartilhe dos mesmos valores. 

Uma família empresária busca sucesso nos negócios e harmonia entre os familiares. Boa governança nos ajuda a proteger a empresa da família e a família da empresa.

Esperamos que nossas dicas sejam úteis, tragam reflexões e gerem impacto positivo.

Grande abraço,

Josmar Bignotto

Especialista, Consultor e Conselheiro de Empresas Familiares